Agosto de 2006 : Sábado, 12 de agosto, pela manha, o repórter Guilherme Portanova e o auxiliar técnico Alexandre Calado da TV Globo foram seqüestrados em São Paulo por integrantes da facção criminosa PCC ( Primeiro Comando da Capital).
Para liberar o repórter Guilherme Portanova, a facção libera Calado e lhe entrega um “DVD” com uma mensagem que deveria ser exibida na programação da emissora, caso isso não acontecesse, Portanova iria morrer.
Na noite de sábado, durante a exibição do SuperCine, a rede Globo entra com um plantão em sua programação, e o repórter Cesar Tralli lê a informação sobre a exigência da facção e a Globo exibe a mensagem enviada pela mesma.
Isso abriu de certa forma um precedente perigoso, mas pra garantir a vida do repórter, a emissora tomou essa decisão. No domingo de madrugada, Portanova era libertado pelo PCC, sem nenhum ferimento grave.
Já agora em 2008, dois casos, também retratam a nova forma de retratar a informação jornalística na TV.
O caso Isabela Nardoni, como a mídia saturou os telespectadores com essa tragédia que chocou o pais, a menina que foi brutalmente “assassinada” supostamente por seus próprios pais, ficou mais de um mês como principal noticia na programação diária seja da televisão,jornais e web.
Os pais tiveram espaço para darem sua versão dos fatos, o caso parecia não ter fim, cada dia aparecia uma nova informação, e nenhuma outra informação sobre outro fato que ocorria no Brasil e no mundo eram aprofundadas, a imprensa só se preocupava em falar de Isabela Nardoni.
E agora tivemos o caso do seqüestro em Santo André, em SP, as jovens Nayara e Eloá foram seqüestrada por Lindeberg, ex-namorado de Eloá, e mais uma vez a imprensa deu destaque e voz para os personagens principais dessa história que deixou o país apreensivo na ultima semana.
Os jornalistas tiveram contato com o seqüestrador durante o andamento do seqüestro, falaram com as vitimas também, pediram que ele não fizesse nada de mal com as jovens. Mas me pergunto, é esse o papel da imprensa?

Infelizmente, Lindeberg, não cumpriu o que disse aos jornalistas, o seqüestro terminou de uma forma trágica, a jovem Eloá acabou sendo baleada e veio a falecer.
E deixo uma pergunta, depois de falar desses casos:
Qual é o papel da imprensa hoje no nosso Brasil? Há limites que devemos respeitar na cobertura jornalística?
Postado por Enéas Lima
Piedade
4 comentários:
Na verdade éneas acho que a cobertura televisiva sobre estes casos vem extrapolando a barreira do plausível, inclusive atrapalhando o êxito da operação(no caso do sequestro).
Infelizmente, o sensacionalismo vem ganhando força na mídia.Eu gostaria que chegasse o tempo em que inves de cobrir um sequestro ou ficar na porta de uma delegacia, a grande mídia fosse para o senado federal, para a Camara dos deputados, cobrir a atuação dos nossos políticos. Cobrando deles a eficiência necessária para que casos como estes, citados pelo éneas, deixem de acontecer.
Enfim esta é a minha opinião, agora se vocês gostam de cinema e querem dar uma atualizada nas notícias vistem o meu blog. www.cinemaniac2008.blogspot.com
Larissa, eu vi sua mensagem no meu blog. Infelizmente por um problema com a minha matricula, não consegui incluir a sua discplina, por isto não estou cursando. Mas, período que vem estarei ai, Ok ?
Abraços Thiago
Acho que a cobertura em si não tem limites concretos, definidos como convenção. Mas acredito no bom senso e equilibrio. Quando o repórter passa de observador e narrador analítico e passa a agente influenciador da notícia as coisas podem vir a despencar. A repercussão da mídia é visível, notória e revelada há tempos. Com isso, o chamado Quinto Poder tem ainda uma missão de ser extremamente responsável com suas ações não somente com as palavras, mas também com as abordagens que escolhem seguir na contação de sua história.
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