terça-feira, 4 de novembro de 2008

Conselho Nacional de Justiça recomenda que juízes não citem nomes de operações policiais

Todos nós que estavamos acostumados com os "curiosos" nomes das operações policiais no Brasil, ficaremos orfãos a partir de hoje.

O Conselho Nacional de Justiça aprovou nesta terça-feira, dia 4, a recomendação que orienta os juízes de todo o país a não usarem o nome de batismo das operações policiais nos atos judiciais. Os magistrados, porém, não ficarão proibidos de citar o nome das operações nos processos.

Segundo o presidente do CNJ, ministro Gilmar Mendes, a polícia poderá continuar adotando os nomes das operações. “Não podemos impedir que a polícia adote a denominação que quiser, mas estamos recomendando que os juizes não utilizem essas denominações”, disse Mendes. Ele disse acreditar que a medida será seguida por todo o Judiciário.

Gilmar Mendes afirmou que o nome da operação pode influenciar no julgamento de processos. “Pode constranger o juiz, criar uma coerção psicológica. Muitas vezes, a própria denominação pode ser indutora de um quadro de parcialidade”, afirmou. Para ele, o batismo das operações não passa de marketing policial. “É preciso encerrar esse capítulo de marketing policial às custas do Judiciário”, disse. Mendes citou como exemplo de "marketing" a "Operação Têmis" deflagrada pela Polícia Federal em abril de 2007, que desbaratou uma quadrilha que negociava sentenças judiciais.

“A Operação Têmis foi deflagrada a partir de iniciativa do próprio Judiciário de São Paulo. Agora recebe esse nome (Têmis é o nome da deusa grega da Justiça) para dizer que toda a Justiça estava envolvida”, criticou.

Fausto Souza
Piedade

Um comentário:

Eliane Oliveira disse...

Os juízes podem até deixar de usar os nomes de operações dados pela polícia; mas é bem provável que a imprensa não faça o mesmo. Até porque esses nomes dão um ibope enorme para os veiculos. A verdade é que o povo gosta dos "títulos" (um tanto quanto apelativos, não?!) com que a polícia batiza as operações!! Nem vamos ficar tão órfãos, assim...
Eliane.

contador de visitas

Advogados

pessoas online

Arquivo