Todos nós que estavamos acostumados com os "curiosos" nomes das operações policiais no Brasil, ficaremos orfãos a partir de hoje.
O Conselho Nacional de Justiça aprovou nesta terça-feira, dia 4, a recomendação que orienta os juízes de todo o país a não usarem o nome de batismo das operações policiais nos atos judiciais. Os magistrados, porém, não ficarão proibidos de citar o nome das operações nos processos.
Segundo o presidente do CNJ, ministro Gilmar Mendes, a polícia poderá continuar adotando os nomes das operações. “Não podemos impedir que a polícia adote a denominação que quiser, mas estamos recomendando que os juizes não utilizem essas denominações”, disse Mendes. Ele disse acreditar que a medida será seguida por todo o Judiciário.
Gilmar Mendes afirmou que o nome da operação pode influenciar no julgamento de processos. “Pode constranger o juiz, criar uma coerção psicológica. Muitas vezes, a própria denominação pode ser indutora de um quadro de parcialidade”, afirmou. Para ele, o batismo das operações não passa de marketing policial. “É preciso encerrar esse capítulo de marketing policial às custas do Judiciário”, disse. Mendes citou como exemplo de "marketing" a "Operação Têmis" deflagrada pela Polícia Federal em abril de 2007, que desbaratou uma quadrilha que negociava sentenças judiciais.
“A Operação Têmis foi deflagrada a partir de iniciativa do próprio Judiciário de São Paulo. Agora recebe esse nome (Têmis é o nome da deusa grega da Justiça) para dizer que toda a Justiça estava envolvida”, criticou.
Fausto Souza
Piedade
Um comentário:
Os juízes podem até deixar de usar os nomes de operações dados pela polícia; mas é bem provável que a imprensa não faça o mesmo. Até porque esses nomes dão um ibope enorme para os veiculos. A verdade é que o povo gosta dos "títulos" (um tanto quanto apelativos, não?!) com que a polícia batiza as operações!! Nem vamos ficar tão órfãos, assim...
Eliane.
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